A Igreja proclama, desde os primeiros séculos, que Jesus Cristo possui duas naturezas, a humana e a divina. Esta definição foi dada pelo Concílio de Calcedônia depois de acirrados debates antes e durante a assembleia conciliar. Mas o que isso significa? Significa que Jesus é homem e Deus, e que estas duas naturezas estão inconfusas, imutáveis, inseparáveis e indivisas, na mesma e única pessoa de Jesus Cristo. A esta união, a Teologia chamou de hipostática.
Mas por que Deus quis tornar-se homem? A encarnação do Verbo Divino – portanto, o fazer-se humano de Cristo – tem como objetivo exatamente a salvação do gênero humano. “O Verbo se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus”, afirma o Catecismo da Igreja Católica (n. 457).
Esta salvação de Deus foi realizada de uma maneira perfeitíssima. De fato, somente um Homem-Deus poderia realizar o que Cristo realizou: carregar sobre si todos os pecados da humanidade, perdoando-os na cruz. Somente um Homem-Deus teria condições de oferecer-se como vítima de expiação dos pecados do mundo inteiro.
Cristo, através de sua encarnação, demonstrou o imenso amor de Deus pelo homem, ao se fazer próximo do mesmo. Mas não somente sua encarnação, como também toda a sua vida, culminando na sua paixão, morte e ressurreição, foi a expressão visível e palpável de que “Deus amou tanto o mundo, que deu o Seu Filho, o Seu único” (Jo 3,16). E isto Ele o fez sem deixar de ser Deus.[1]
A finalidade com a qual o Pai enviou o Seu Filho ao mundo não é senão esta: “para que todo o que n’Ele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Portanto, para salvar o homem, para reintroduzi-lo no paraíso perdido, na vida divina.
A união hipostática de Jesus visa, desta maneira, a salvação do gênero humano, de todo homem e do homem todo. Uma salvação histórica, mas que se atualiza no tempo através da ação do Espírito Santo e da Igreja. Esta salvação, contudo, pressupõe a fé: “Quem crê será salvo” (Jo 3,18). Uma fé, entretanto, que não se divide. Quem crê em Jesus, o faz não apenas em relação à sua humanidade ou divindade, mas acredita em uma única pessoa, verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem.
Jesus (homem) Cristo (Deus) é o salvador e redentor do gênero humano!
[1] “Na humanidade de Cristo, portanto, tudo deve ser atribuído à sua pessoa divina como ao seu sujeito próprio; não somente os milagres, mas também os sofrimentos, e até a morte” (CIC, 468).
Referências
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Várias editoras – 2011
RIBEIRO, Helcion. Cristologia. Batatais, SP. Claretiano, 2014
Francivaldo da Silva Sousa (Vavá Silva)
Consagrado de vida na Comunidade Remidos no Senhor
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